terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Antidepressivos na gestação

À princípio sou contra e vou explicar o porquê. Durante a gestação, apesar de a placenta e o corpo materno protegerem o feto dos perigos do mundo exterior, nada o protege de medicamentos ingeridos pela mãe. É claro que a situação se torna muito delicada caso o quadro clínico materno seja muito grave e dependente de medicamentos. Mas o que vemos no dia-a-dia é uma certa facilidade de se prescrever antidepressivos como sertralina, fluoxetina e até calmantes como clonazepam para gestantes, inclusive no primeiro trimestre. Muitas vezes apoiados pela suposta segurança expressa em bula, os médicos transmitem a idéia de que não há problemas para o feto mas não é bem assim. Um estudo recente, publicado na revista British Medical Journal por Helle Kieler e colaboradores mostrou que os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (exemplo de genéricos: fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram) podem levar a um aumento de pressão pulmonar no recém-nascido. Quando isso ocorre, o risco de mortalidade é de 5 a 10%. Para chegar a tal conclusão, o pesquisador acompanhou um total de 1 600 000 de nascimentos, de 1996 a 2007, na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
Interessantemente, o risco de hipertensão pulmonar surgiu apenas nos casos em que o antidepressivo foi utilizado após 20 semanas de gestação e não houve para aquelas mulheres que haviam tomado antidepressivos antes da gestação ou em seu início.

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